terça-feira, 30 de setembro de 2008

Outros meios de discussão

Periódiocos, encontros, jornadas etc. Esses são alguns dos meios em que é possivel ampliar o repertório sobre Análise do Comportamento. Entretanto, existem alguns novos meios que permitem debates, discussões, ajudas com bibliográfia, etc. Esse novos meios de discussão são interessantes, você pode entrar em contato rapidamente com um pesquisador, esclarecer uma dúvida dentre outras possibilidades. Existem listas de discussões como a Comport, além de comunidades sobre AC no orkut, e claro blogs. Abaixo você confere endereços para poder entrar em contato com estes outros meios para ampliar seu repertório sobre AC.


Análise do Comportamento no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=61171

Blog Análise do Comportamento e cultura da Puc|SP:  http://accultura.wordpress.com 


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Costa, C. E.; Patsko, C. H.; Becker, R. M. (2007) Desempenho em FI com humanos

Esquemas de intervalo fixo (FI) são aqueles onde após a passagem de um período de tempo fixo a primeira resposta emitida será reforçada. Eu costumo exemplificar como aqueles freezers que possuem um time, depois de fechado você tem que esperar um tempo fixo, cerca de 60 segundos para abri-lo novamente, tentativas de abrir antes deste período nao ocasionam em freezer aberto. Sendo assim, respostas podem ser emitidas durante o intervalo mas somente após a passagem deste intervalo é que o reforço estará disponivel. A literatura apresenta dois padrões de desempenho, o scallop - consittuído de uma pausa pós o reforço e depois uma aceleração positiva no responder - ou o break and run - uma pausa pós reforço e mudança abrupta no responder. Veja a figura abaixo.


A questão é a diferença observada no desempenho de não-humanos e humanos. O padrão de respostas de não-humanos geralmente é de scallop (concha), já humanos observa-se desempenho mais variado. Isso para alguns pesquisadores é um problema, pois se humanos e não-humanos possuem padrões diferentes, então pesquisa com não-humanos não oferece possibilidade de generalização de leis que regem o comportamento de humanos. 
Algumas variáveis foram apontadas como controladoras dessas diferenças dentre elas respostas consumatórias. Não-humanos consomem o reforço logo após sua liberação, já humanos que recebiam pontos nao precisavam emitir nenhuma outra resposta, já que diferente dos não-humanos que precisam emitir o "comer" ou "beber", os humanos apenas observam os pontos serem adicionados a um contador. Uma tentativa de estabelecer uma resposta consumatória em humanos e exigir que o participante tenha que cliclar em um espaço da tela ou pressionar uma tecla para que o ponto seja creditado, caso nao o faça os pontos não são creditados ao contador.
Esse estudo de Costa e cols., investigou os efeitos da resposta consumatória e instruções no desempenho de humanos em FI.
Para isso foram realizados dois experimentos com diferentes grupos. No Exp. 1, havia um grupo sem a exigência de resposta consumátoria e outro com a exigência de resposta consumatória. Os dados deste estudo não indicaram efeito da exigência da resposta consumatória. No exp. 2 havia instruções mínimas para ambos os grupos e observou-se diferenças sobre os padrões dos participantes a depender do grupo, ou seja, um efeito da interação entre instrução e resposta consumatória.

Objetivo: Avaliar o efeito de resposta consumátoria e tipos de instrução sobre o padrão de respostas de humanos em esquemas FI.

VI: Resposta consumatória e instruções mínimas

VD: padrão de respostas 

Comentário: Estudos como este ajudam a entender que existem outras variáveis ( e quais são elas) que interagem com o padrão de resposta estabelecido, mas isso  significa que as diferenças observadas entre os padrões de humanos e não-humanos são frutos em geral de questões de procedimento. Afinal, não podemos privar humanos de alimento como fazemos com não-humanos, o que nos exige refinamentos no procedimento com humanos.

domingo, 28 de setembro de 2008

Para além do livre-arbitrío e da dignidade

A Scientific American Brasil publicou em seu portal uma matéria intitulada Livre-arbitrío e programação cerebral, autoria de Shaul Nichols, a matéria debate a polêmica sobre a existência de um livre-arbitrío e os efeitos dessa existência ou ausência. A matéria apresenta um estudo onde haviam dois grupos, os participantes do grupo experimental eram expostos a um texto que informava que nao existe o livre-arbitrío, depois os participantes eram solicitados a ficar a frente de um computador que apresentaria problemas. Os participantes do grupo controle não liam nada antes da tarefa experimental. Era informado aos participantes que caso nao precionassem a barra de espaço as respostas aos problemas seriam apresentados. Observou-se que os participantes expostos ao texto que nega a existência do livre-arbitrío pressionaram menos a barra que os demais, o que para os pesquisadores revela que estes se comportaram de maneira a "burlar" os problemas. Deste estudo discorre-se que a crença no livre-arbitrío seria algo "benéfico" para a humanidade. Quem quiser ler o conteúdo é só clicar aqui.

Sei dos perigos de se interpretar os resultados de um estudo a luz de conceitos outros que não aqueles investigados pelos autores, mas podemos fazer esse exercício e quem sabe gerar novas questões de pesquisa. Assumido ao risco vamos tentar um diálogo com a matéria.
Mas o que este texto têm haver com AC ? Skinner (1977) publicou o livro Para além da liberdade e da dignidade. Ao contrário da discussão da matéria acima referida, o autor acredita que seria benéfico que as pessoas buscassem as verdadeira variáveis de controle do seu comportamento. Isso é parte para o auto-conhecimento. Ou seja, a questão é que no estudo os participantes recebem um texto que diz que seus comportamentos são controlados por um conglomerado de neurônios, ora, os particpantes ficaram praticamente em estado de desamparo. Talvêz um texto que informasse que eles poderiam controlar o ambiente e assim ter auto-controle tivesse outro efeito. Em suma, para mim é muito mais um estudo de regras do que qualquer outra coisa.

O negrito no praticamente que antecede ao desamparo é para destacar que não podemos afirmar que houve desamparo, essa é apenas uma tentativa de interpretação. A instrução quanto a tarefa era acurada e descrevia que a resolução dos problemas não dependia do comportamento dos participantes, é de se esperar que eles realmente não respondessem, já que a contingência permitia isso. Diferente dos procedimentos de desamparo a situação de "teste" não envolvia relação de contingência, mais do que isso a fase de desamparo foi uma instrução e não uma situação de incontrolabilidade. 

Mas com isso fiquei curioso, será que existem estudos que mostram efeitos de regras sobre o desamparo aprendido ? 

sábado, 27 de setembro de 2008

Qualidadade de Periódicos

Você certamente ouviu dizer "tal revista é qualis  A". Mas afinal de contas quem define e o mais importante como definem a qualidade de um periódico? No site da ANPEPP (Associação Nacional de Pós-graduação em Psicologia) é possivel ter acesso ao relatório de 2007 sobre a qualidade dos periódicos de psicologia. É interessante saber quais os critérios utilizados, em qual deste determinada publicação perdeu pontos. Se você tem interesse neste assunto clique aqui e veja os relatórios de 2000, 2001, 2004, 2005 e 2007.
As avaliações são feitas em parceria pela CAPES e ANPEPP.

Destaque: A RBTCC obteve qualis A, a REBAC foi qualis B.

Em tempo: No mesmo link é possível ler a primeira proposta para qualificação de livros.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Marcelo Frota Benvenuti orientará na UnB

Soube hoje pelo próprio Marcelo Benvenuti que ele orientará alunos de mestrado no proxímo ano (2009) no curso de Pós-graduação em Ciências do Comportamento da Universidade de Brasília.
Ainda nao sei quando será disponibilizado o edital da seleção de 2009, mas como o Marcelo me contou que ele conseguiu o registro na CAPES então é oficial.

Insisto que ainda não há noticias outras sobre a seleção, apenas que apesar de não constar no edital (quando este for publicado) o Marcelo irá aceitar alunos para mestrado.


Em tempo: dentre as linhas de pesquisa do Marcelo Benvenuti que conheço estão: Comportamento Supersticioso, Superstição e Ilusões de controle; Resposta de observação; Superseletividade.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

RBTCC Edição Especial: Diálogos com a Educação

A Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva realiza chamada de trabalhos que versem sobre Educação. Assim como foi realizada a edição especial 50 anos do Comportamento Verbal, agora os editores planejam uma nova edição especial. A data para envios de trabalho é 30 de novembro. Para maiores informações clique aqui.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Panetta & Benvenuti (2008). Avaliando o papel do comportamento verbal para aquisição do comportamento supersticioso

Qual a diferença entre superstição e comportamento supersticioso ? O primeiro conceito diz sobre o responder supersticioso controlado por antecedentes verbais que não descrevem acudaradamente as contingências do ambiente. Já supersticioso é o responder mantido por relações acidentais de reforçamento. Mas qual a relação entre estes conceitos ? É essa compreensão que este estudo objetiva apresentar.

Objetivo: O presente artigo busca compreender a relação de instruções e o responder supersticioso. Além da avaliação do relato verbal pós sessão com o desempenho não verbal.

VI: Instrução incorreta em dois diferentes tipos de esquemas (EXT - VT). Ambos os esquemas nao exigem respostas, porém em apenas um há possibilidade de reforçamento acidental (VT). 

VD: Respostas de clicar em um retângulo.



terça-feira, 23 de setembro de 2008

RBTCC Vol. 9 N. 2 (2007)

Este mês foi publicado o volume especial da Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva sobre os 50 anos da publicação do comportamento verbal de Skinner. O volume é especial é uma iniativa louvavel do atual editor (Sergio Cirino). Este tipo de publicação é muito comuns entre outros periódicos (e.g., JABA, BSI, JEAB) e por reunir em único número diversos artigos sobre um mesmo tema facilita o contato com os trabalhos sobre o tema que vêm sendo realizado por diversos pesquisadores da área. Nesta edição contamos com artigos de autores como Emmanuel Tourinho e cols., Sônia Meyer e cols., Ernest Vargas, etc.

A edição especial esta disponivel on line, quem quiser acessar basta clicar aqui. Ou visitar a parte de periódicos deste blog.

Destaque: Anos atrás ( acho que foi em 2002) adquiri o livro O estudo da linguagem pela psicologia: Uma aproximação entre Skinner e Bakhtin, de Maria Eliza Mazzili Pereira. Finalmente, nessa edição da RBTCC temos um artigo que apresenta o assunto. Para quem acha que so Wittgenstien e Skinner a propuseram a compreensão da linguagem sem recorrer a formalidades da lingua esta é uma oportunidade  de aumentar seu repertório de autores.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

REBAC Vol. 3 N.1 (2007)

Semana passada foi lançado o novo número da Revista Brasileira de Análise do Comportamento. A revista é a única publicação nacional totalmente dedicada à Análise do Comportamento. A revista está com a publicação atrasada, note que o lançamento refere-se a uma revista de 2007. Graças aos esforços da atual editora (e toda a equipe) a revista deve terminar o ano com ao menos os volumes de 2007 publicados. 
A revista é muito bacana, não vou dizer que é o JEAB (Journal of Experimental Analysis Behavior) porque acho rídiculo esse "hábito" latino de enaltecer suas conquistas comparando à paralelo norte-americanos ou europeus. Fato que a publicação é maravilhosa. 
A revista ainda nao está disponivel virtualmente, há boatos de que é possivel que em 2008 o periódico torne-se disponivel no scielo, vamos torcer.
Um chamado, a revista se mantém apenas com doações de universidades e assinaturas. Portanto, é importante que hajam assinaturas, para assinar entre em contato pelo e-mail rebac.bjba@gmail.com .

Destaque: A revista divide-se em artigos teóricos, relatos de pesquisa e Clássicos. Assim tem artigo para tudo quanto é gosto.  
Até agora só li o artigo do Bortololi e  D´Agostino, sobre controle reprodutivo de animais a luz do conceito de metacontingências.

Lopes, C. E. (2008) Uma proposta de definição de comportamento no behaviorismo radical. RBTCC, vol. 10 n. 1

Como definir comportamento ? Esta talvez seja uma das maiores dificuldades para inicantes no estudo do comportamento. Mesmo aqueles com anos de dedicação ao tema podem utilizar o termo para descrever eventos diferentes. Comportamento define-se por uma resposta isolada dos eventos ambientais ? Comportamento é um processo ? Um estado ? Estas e outras questões são respondidas por Carlos Eduardo Lopes neste texto. Vale ressaltar apenas que o autor destaca a relação organismo - ambiente, não que esteja errado, mas o mais correto seria dizer comportamento - ambiente. Digo isso, pois, o professor João Cláudio Todorov no exame de qualificação de doutarado de Léticia de Faria Santos fez esta ressalva sobre seu texto Todorov (1989) Psicologia como estudo das interações. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 5 (3), 247-356 (o link do texto é a republicação do mesmo). Vale a pena a leitura do trabalho de Lopes, leiam o texto e tirem suas conclusões. 

Comentário: Para aqueles que torcem o nariz a textos mais filosóficos com a justificativa que é uma leitura difícil, leiam este texto e acredito que mudaram de idéia. 

domingo, 21 de setembro de 2008

Revista Psicolog Vol. 1 N.1 (2008)

O Instituto de Pesquisas do Comportamento lançou a revista Psicolog. O periódico é uma publicação eletrônica. Como me disse Robson Cruz certa feita, "ainda não sabemos o futuro da virtualização total" mas é interessante para novos periódicos, facilita o acesso, diminui os custos. A Psicolog está no volume 1 número 1 (2008). Dentre os autores que assinam os primeiros artigos estão Kester Carrara, Lincoln Gimines ( em parceria com Carlos Bohn), Alexandre Dittrich, Sonia Meyer.
Interessou ? Clique aqui  ou acesse o link na parte periódicos deste blog.

Destaque: O artigo Entre a utopia e o cotidiano: uma análise de estratégias viáveis nos delineamentos culturais de Kester Carrara, imperdivel. A introdução apresenta muito didadicamente conceitos que explicam o processo de seleção de práticas culturais.

RBTCC Vol. 10 N. 1 (2008)

Já está disponivel nao site da Revista Brasileira de Terapia Comportamental Cognitiva o volume 10, número 1. A revista que atualmente é qualis A está cada vez melhor. Nota-se uma preocupação dos editores em mesclar textos teóricos e conceituais com relatos de pesquisas, além de artigos voltados a aplicação. Parabéns ao Sergio Cirino e toda a equipe responsável pela publicação.
 Quem se interessar é só acessar o link da revista na parte de "Periódicos" deste blog. Ou cliclar aqui.

Destaque: O artigo Uma proposta de definição de comportamento no behaviorismo radical do Carlos Eduardo Lopes da UFMS é imperdível,  depois posto um comentário específico sobre o texto.